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6/22/2021

Um Pouco da História da Gravitação

Por Katson Wendell, Alexandre Montalvão e Priscila Souza


Hoje iniciamos a discussão sobre Gravitação. Nesta postagem abordaremos o pensamento de alguns filósofos sobre o Universo, parando na Idade Média. Nas próximas postagens continuaremos a discussão. 

É importante frisar o desenvolvimento dos modelos do sistema solar, que para à época foi o universo inteiro.

O pensamento no Império Romano

A época mais brilhante da história da ciência ocidental, antes do século XVII, foi o período da civilização helenística. Muitas realizações científicas da época moderna dificilmente teriam ocorrido sem as descobertas dos filósofos gregos. Quando a filosofia grega se fundiu com a ciência já conhecida dos caldeus e egípcios houve um grande estímulo ao desenvolvimento intelectual. Outro fator de desenvolvimento científico foi o novo interesse do povo grego pelo conforto, levando-o à procura de conhecimentos práticos capazes de solucionar os problemas do dia a dia. E esse conhecimento exigia o desenvolvimento da astronomia, física e matemática. Ao mesmo tempo em que a civilização grega florescia também crescia a civilização romana. Em 265 a.C. Roma já havia conquistado e anexado toda a Itália. Logo Roma envolveu-se nas chamadas guerras púnicas com a cidade-estado Cartago derrotando-a totalmente (após três guerras) em 146 a.C. Como o rei da Macedônia havia sido aliado de Cartago, Roma invadiu e ocupou toda a Grécia.

Roma certamente sofreu uma grande influência da civilização helenística, mas várias partes da cultura grega não foram adotadas pelos romanos. No entanto, o epicurismo e o estoicismo dos gregos foram adotados por muitos romanos das classes mais elevadas. O mais famoso epicurista romano foi Tito Lucrécio Caro (98-~55 a.C.), cujo poema didático “Da Natureza das Coisas” procurava explicar o Universo de forma a libertar o ser humano do medo do sobrenatural, que ele considerava o principal obstáculo à obtenção da paz de espírito. Lucrécio dizia que os mundos, e todas as coisas contidas neles, eram resultados fortuitos de inúmeras combinações de átomos. O estoicismo foi introduzido em Roma por Panécio de Rodes (185-100 a.C.) aproximadamente no ano 140 a.C. Seu mais ilustre representante foi Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.), um dos maiores pensadores de Roma.  

Com o desenvolvimento do Cristianismo passamos a viver em um mundo inequivocamente teocêntrico. Esse teocentrismo é garantido pela evolução e estruturação de uma nova instituição que soube chegar ao poder: a Igreja Católica. Com a sua criação tudo muda no mundo civilizado ocidental. Aos poucos a Igreja deixa de se concentrar no domínio religioso e estende sua influência a todos os domínios da vida europeia. A Igreja passa a ditar as regras do convívio social, econômico, artístico, cultural e, porque não, político. Com o acúmulo de enorme poder, nada mais natural que a Igreja passasse a ter como ponto principal conservá-lo. Isso fez com que surgisse um vergonhoso totalitarismo religioso: a Igreja decretou que suas “verdades” não estavam sujeitas a critica e quem as desafiasse, mesmo que isso fosse apenas discutir o que era considerado sagrado pela Igreja, teria se confrontar com os guardiões da fé, a famigerada Inquisição.

Hipátia (Hipácia) de Alexandria (370-415):

Hipátia (ou Hipácia; em grego: Υπατία, Ypatía) de Alexandria foi uma matemática e filósofa neoplatônica, nascida em 370 e assassinada em 415. O fato de Hipátia ser uma filósofa pagã (num meio predominantemente cristão) é tido como um dos fatores que contribuíram para o seu assassinato. Porém, estudos mais recentes, como o da historiadora Maria Dzielska, salientam que Hipátia foi assassinada por razões políticas, no contexto da luta pelo poder em Alexandria. 

“Hipátia distinguiu-se na matemática, na astronomia, na física e foi ainda responsável pela escola de filosofia neoplatônica - uma extraordinária diversificação de atividades para qualquer pessoa daquela época. Nasceu em Alexandria em 370, numa época em que as mulheres tinham poucas oportunidades e eram tratadas como objetos. Hipátia moveu-se livremente e sem problemas nos domínios que pertenciam tradicionalmente aos homens. Segundo todos os testemunhos, era de grande beleza. Tinha muitos pretendentes mas rejeitou todas as propostas de casamento. A Alexandria do tempo de Hipátia - então desde há muito sob o domínio romano - era uma cidade onde se vivia sob grande pressão. A escravidão tinha retirado à civilização clássica a sua vitalidade, a Igreja Cristã consolidava-se e tentava dominar a influência e a cultura pagãs.” (Carl Sagan, série: cosmos, 1980)

O Universo na Idade Média

Por volta do ano 1000 d.C. os modelos do Universo consideravam que a Terra estava no centro de tudo e que o céu era uma tampa com buracos. A luz proveniente de fogos ardendo no lado de fora brilharia através dos buracos e alcançaria a Terra como a luz das estrelas. A Figura mostra como era a visão do Universo por volta do ano 1000 d.C. Em resumo, a Cosmologia da Idade Média tem as seguintes características:

  • A ciência grega tinha estabelecido que Terra era o apex (o ponto mais alto) do Universo em um sentido físico.
  • A Igreja institucional elaborou um significado desta interpretação nas Sagradas Escrituras e adotou o esquema de Ptolomeu.
  • Abaixo da Terra estava o inferno, evidenciado pelos vapores abrasadores que é lançado pelos vulcões.
  • Acima estavam sete esferas nas quais, o Sol e os planetas giram em torno da Terra. 
  • A oitava esfera era uma abóbada imóvel sobre a qual as estrelas se penduravam como lâmpadas.
  • A nona, ou esfera cristalina, era a residência dos santos. 
  • Acima de tudo, na esfera número dez, estava a residência de Deus Todo Poderoso, chamada Paraíso ou Firmamento.
  • Esta teoria de cosmologia tendeu a ser cada vez mais aceita como fato.
O universo por volta do ano 1000 d.C.


E é isso aí, pessoal. Na próxima postagem continuaremos a discussão sobre Gravitação, desta vez abordando as especulações desenvolvidas durante o período da Renascença. Nos vemos lá.


Referências

[1] Nussenzveig M.; Curso de Física Básica, vol. 1, 4ª Edição, pág. 324. Editora: EDGARD BLÜCHER LTDA. São Paulo, SP, 2002.

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